Foi nas pequenas reuniões, realizadas em salões de igrejas e locais emprestados, que começamos a articular nossas ideias. Também foi com o apoio de muitos, que arrecadamos fundos para fazer virar realidade nossa sede, desde sempre localizada nas esquinas das ruas Caramuru e Caeté, em Canoas. Vivemos os anos de repressão militar, em 70, em uma cidade que era considerada área de segurança nacional. Ganhamos força quando em São Paulo, a categoria passou a se reorganizar. A partir de grandes empresas metalúrgicas da época (Coemsa, Massey, Forjasul, Madef e Micheletto), nos anos 80, o Sindicato se consolidou e assumiu uma postura combatente, que serviu de exemplo para outras bases e sindicatos da região.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores(PT) tiveram fortes representantes dentro de nosso Sindicato, que sempre apoiou e ainda apoia quem igualmente luta pelo direito dos trabalhadores. Juntos, realizamos assembleias históricas, greves, atos públicos, e adquirimos liberdade de luta e a democracia que nos foi tomada durante a ditadura.

Vivemos o assombro dos anos 90, do conservadorismo, do dos altos índices de desemprego e de inflação. A porta das fábricas era nosso local e foi nelas que organizamos a categoria, mesmo com uma queda no número de sindicalizados e na receita da entidade. Adequamos-nos a uma nova realidade, mais competitiva, por parte dos patrões.

Com novo ânimo, os anos 2000 chegaram com a eleição de um importante companheiro sindical à presidência. Foi no governo Lula que ganhamos esperança para retomar o embate, apresentando propostas como a Reforma Sindical, que democratizará a relação entre Capital x Trabalho. Neste período, tivemos importantes avanços sociais e trabalhistas, mantidos pela gestão da presidente Dilma.

Em 2014, comemorando também a oportunidade de, no dia de hoje, empossar uma nova gestão para o próximo triênio, o Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita se orgulha de seu passado, de sua história e das grandes conquistas que alcançou. Das lutas diárias na porta de cada fábrica, seja por melhores salários ou condições de trabalho, até os espaços de lazer, os encontros e os eventos que pensamos e criamos. O nosso compromisso é e sempre será com a classe metalúrgica.